DITADURA MILITAR NO BRASIL (1964-1984) Retrocesso nos direitos sociais

O QUE O NOVO GOVERNO RESGATARÁ DA DITADURA MILITAR


Desaparecidos na ditadura (imagem: intenet)
Para quem se diz leigo, pressupõe que entende ou entende de maneira equivocada o que foi a Ditadura Militar no Brasil, nos vinte anos ao qual foram de 1964 a 1984, este texto traz de forma esclarecedora e objetiva, principalmente no que diz respeito a não deixar banalizar todo esse trágico acontecimento negativo e triste da história do nosso país, além de alguns momentos importantes do retrocesso social ao qual a ditadura nos impôs, a reflexão do que poderemos voltar a viver.

De início precisamos entender que, o impacto da Ditadura no Brasil, não somente deixou marcas profundas de violência e morte, como também deixou marcas visíveis até hoje, no que tange os direitos trabalhistas e sociais como um todo em nosso país.

Quando no ano de 1964 em que houve o golpe militar e implantação da Ditadura Militar no Brasil, - estamos revivendo mais uma vez, ou seja, um Déjàvu-, podemos até imaginar quem eram os apoiadores. Exatamente o que você está pensando agora (ou não está pensando), vamos lá: Norte- americanos; Setores conservadores da alta hierarquia da Igreja; Burguesia (industrial e financeira, os grandes proprietários de terras)e logo nos vem no pensamento que, o que estamos vivendo hoje tem suas similaridades com esta triste parte de nossa história.

Ao contrário de hoje, em que boa parte da população trabalhadora do Brasil - manipulada ou não - ajudou a colocar no poder um ex militar, - o elegendo presidente da república-, lembrando que o mesmo continua com seus ideais ditatoriais claro e explícito para todos verem, No golpe militar de 1964, foi diferente, pois os avanços populares estavam se organizando e se mobilizando de forma crescente e isso fez com que os militares agissem de maneira radical e repressiva.


Através da violência, os setores reacionários colaboraram com prisões de lideranças sindicais, torturas, assassinatos, expulsão de líderes esquerdistas do país e intervenção em sindicatos para que o golpe militar pudesse fazer frente à resistência capitalista.


Sob o controle da guerra fria em nome do anticomunismo, as forças reacionárias do país instituíra uma ditadura civil-militar que objetivou promover a internacionalização da economia e a reconcentração de renda, poder e propriedade nas mãos de corporações transnacionais, monopólios estatais e privados e grande latifundiários, aprofundando sua integração com o mercado mundial e suas ligações com o capital financeiro e industrial internacionais (SILVA e LARA).

As primeiras ações do governo ditador ao se apossar do país (Marechal Castelo Branco) em 1964, foram, somente nos primeiros meses, cassar os direitos políticos de 37 pessoas, dentre essas pessoas, três ex presidentes, seis governadores, além de 55 membros do Congresso Nacional. Mas não parou por aí, demitiu dez mil funcionários públicos e abril inquérito contra 40 mil pessoas.

Nesta época existia uma lei que garantia ao trabalhador, após dez anos de trabalho na mesma empresa, estabilidade. A ditadura tratou de finalizar esta conquista trabalhista, retrocedendo assim, de maneira radical e, iniciando a derrubada de conquistas econômicas e sociais do governo deposto (João Goulart).


Continuando com as investidas contra todas as políticas sociais que, tinha como seu beneficiário a classe operária, trabalhadora, assalariada, enfim, a população pobre do país, veio o arrocho salarial, que foi a política efetiva pelo ciclo ditatorial.


O caráter de classe do regime ditatorial pode ser percebido como o Executivo Federal tratou os reajustes salariais. A fixação dos reajustes foi utilizada como instrumento de maximização da exploração da força de trabalho, um meio para realizar a "acumulação predatória" (pagamentos de salários abaixo do valor da força de trabalho). "Tratou-se de uma política salarial dirigida abertamente contra a massa da classe trabalhadora, em especial a classe operária, sobre a qual se descarregou o custo decisivo da 'estabilização econômica': com o arrocho, garantiu a superexploração dos trabalhadores para a multiplicação dos lucros capitalistas"(SILVA & LARA). 

Logo em seguida instalou uma Lei antigreve, proibindo a greve no serviço público, nas empresas estatais e serviços essenciais. 

Ou seja, para a população pobre, trabalhadora, assalariada do Brasil, que não entendeu e ainda não entende mesmo nos dias atuais o que exatamente fez a Ditadura, isso foi apenas a parte inicial do processo. Porque, a classe que mais foi penalizada nesse regime foi a classe trabalhadora, em contrapartida a burguesia assistia de camarote o "pau cantar" e a violência imperar nesse regime contra os mais frágeis socialmente.


Quando o povo (trabalhadores) começaram a perceber na pele o inferno ao qual se encontravam no regime ditatorial, os sindicalistas passam a exigir autonomia e liberdade sindical, fim do arrocho salarial e melhores condições de vida.


A partir desse momento, assassinatos, exílios, desaparecimentos e muito sofrimento foram impostos à população brasileira pela Ditadura Militar.


Estes fatos sobre a Ditadura Militar no Brasil são apenas sobre as perdas que o trabalhador efetivamente teve ao longo desse regime e o retrocesso que houve com as políticas sociais sentidas até os dias de hoje.


Guardei uma próxima postagem para tentar se fazer entender em poucas palavras textuais um pouco do que foi o horror e sanguinário regime ditatorial da Ditadura Militar no Brasil nos seus vinte anos de assolação social. 


Você quer entender na íntegra o que de fato foi e representou de negativo para o Brasil a Ditadura Militar? Deixarei um LINK do livro digital de Maria José de Resende, de 2013: "A Ditadura Militar no Brasil: Repressão e pretensão de legitimidade


Este livro de Maria José de Resende, mostra de maneira esclarecedora que, a observação das diversas estratégias (econômica, política, militar e psicossocial) do regime militar revelavam o quanto era ditatorial o seu projeto de sociedade.


Os militares tentavam demonstrar com a ditadura que, a sua noção de ordem social era produto dos anseios da maioria da população. Assim insistiam que possuíam todos os elementos que permitiam a sua identificação com o povo. Dessa maneira, tudo que estava em discordância com o regime deveria ser excluído e/ou eliminado. Daí a repressão a determinados grupos que se negavam a identificar-se com o regime militar. Ou seja, tudo que estava fora dos limites desta relação de identificação em quaisquer campos, estava sujeito ao controle, rechaçamento e até eliminação.






Aditadura militar no Brasil





FONTE: A ditadura civil-militar de 1964: os impactos de longa duração nos direitos trabalhistas e sociais no Brasil. Ricardo Lara e Mauri Antonio da Silva    




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